quinta-feira, março 21, 2013

As pequenas mais seguras


Os automóveis mudaram muito nas últimas duas décadas com a entrada no mercado brasileiro dos veículos importados. Hoje qualquer modelo popular dispõe de equipamentos que há vinte anos eram considerados opcionais.
Moto com visual mais atraente
Já as motocicletas não evoluíram tanto, sobretudo as menos potentes. Ainda hoje encontramos versões que contam com freios a tambor, carburador, partida a pedal. A justificativa mais plausível para essa situação é a falta de uma concorrência mais forte para a Honda - líder absoluta na venda de motocicletas entre 100 e 150 cilindradas. 

Modelos mais baratos que já vem equipados com freio a disco nas rodas dianteiras e traseira, partida elétrica, marcadores de combustível são oferecidos apenas pelas marcas chinesas. Mas, a falta de qualidade das peças e a precariedade do pós venda desestimulam a compra destes modelos.

O cilindro de freio ocupa o lugar da caixa de ferramentas
Quem lucra com esta realidade é a indústria de motopeças. Muitas empresas tem lançado peças, equipamentos e acessórios que possibilitam o incremento de versões básicas das duas principais marcas de motocicletas instaladas no país.
Manoplas coloridas feitas de material mais confortável, rodas de liga leve, painéis digitais, manetes reguláveis são facilmente encontradas nas lojas de peças para motos e a demanda cresce a cada dia. O apelo estético é o principal atrativo desses produtos, mas, a melhoria do desempenho e a segurança também importam para o consumidor. Exemplo disso é o kit de freio a disco dianteiro para modelos que não contam com este sistema. 


Cilindro, pinça, pedal, pastilha e suportes compõem o sistema.

Recentemente, a Scud - empresa nacional que desenvolve seus produtos no Brasil e os produz na China - lançou um sistema de freio a disco traseiro para o modelo Titan 150 da Honda, que é acompanhado por um par de rodas de liga leve bastante semelhante ao modelo original e idêntico ao modelo já comercializado pela empresa. 


Para realizar a instalação, não é preciso fazer alterações na estrutura da moto e o tempo para montá-lo é pequeno. A única mudança necessária é a retirada da caixa de ferramentas, que cede o lugar para o cilindro de freio.

Par de rodas de liga leve que acompanha o sistema.

As peças utilizadas são específicas para um sistema de frenagem de roda traseira, sendo o conjunto de pastilhas adequado, facilmente encontrado em lojas de motopeças, de simples instalação e mais barato que uma sapata de freio convencional.

O equipamento torna o visual da motocicleta mais esportivo e chama a atenção por onde passa. Para o mecânico Roberto Rodrigues Cruz Júnior, o Betinho, o apelo visual foi o principal motivo para adquirir o produto mas, com a instalação do sistema, o freio traseiro ficou bem mais eficiente do que o original a tambor. Depois que o disco aquece é muito melhor que o freio a tambor, diz Betinho.


Disco de freio instalado diretamente na roda.
De acordo com Gilson Pereira Junior, desenvolvedor de produtos da Scud, o sistema passou por dois anos de desenvolvimento e testes de rua antes de ser lançado. "Vários motociclistas escolhidos pela SCUD testaram e aprovaram o produto", ressalta Pereira Júnior. O preço para venda no varejo não é tão atrativo quanto o produto, mas os cerca de 750 reais cobrados não é nenhum absurdo, já que ele vem acompanhado pelo par de rodas. 

Se por um lado esse "combo" motiva os donos de Titans 150 com rodas raiadas, por outro desestimula os proprietários do modelo já equipadas com rodas de liga leve. Um kit apenas com a roda traseira - onde é fixado o disco de freio - seria mais barato e resolveria o dilema de comprar uma roda dianteira sem necessidade.

Quanto ao lançamento do produto para outros modelos da Honda e da Yamaha, a empresa confessa ter outros projetos e possibilidades em desenvolvimento. Para os proprietários de motocicletas - cada vez mais exigentes - itens como partida elétrica, freios a disco e injeção eletrônica estão deixando de ser opcionais. 

Enquanto as grandes montadoras ainda não concordam com isso, a indústria de peças de reposição, acessórios e equipamentos para motos lançam produtos e atendem a demanda do consumidor.



Esse texto também foi publicado no portal Motonline onde eu e o Gustavo também somos colaboradores.

segunda-feira, março 11, 2013

Teste Yamaha XJ6-F

Pessoal,

o Motonline publicou hoje o teste com a XJ6-F.
Como sempre vale a leitura.


Sai jegue entra moto via Band

Na semana do dia 25 de fevereiro a Band mostrou uma série de reportagens sobre um acontecimento no nordeste brasileiro. Segundo o canal, está havendo a substituição dos jegues pelas motos até na lida com a boiada. Diversos modelos de baixa cilindrada formam a maioria das motos em circulação. Ainda de acordo com a emissora, o número de motos na região subiu de ~70 mil para mais de 5 milhões em 10 anos.
A matéria atribui a financiamentos mais longos e preços mais acessíveis para que muitos moradores pudessem ter oportunidades de emprego e melhor renda. Com grande número de motos circulando nas capitais, não demorou muito para que as motos também chegassem ao interior, mudando hábitos e até substituindo animais no dia-a-dia da roça.
Se por um lado as motos trazem oportunidades de melhorar a renda, por outro traz também os inconvenientes de se viver sobre duas rodas. Não são poucos os flagrantes de desrespeito às normas de segurança e de circulação. Falta de capacetes e até quatro pessoas em uma moto são imagens comuns pelo interior da região nordeste. Nos hospitais da região, aproximadamente 20% dos atendimentos de emergência são de acidentes com motos e a falta de fiscalização do poder público contribui para esses números.
A matéria foi muito criticada na página da emissora por moradores da região. A maioria dos comentários diz que os fatos mostrados são preconceituosos e mostram um nordeste atrasado que não existe mais.
Os números do ranking da Fenabrave mostra que Fortaleza/CE há mais de um ano ocupa a segunda colocação em vendas de motocicletas, atrás apenas de São Paulo/SP,  e outras capitais como Teresina/PI, Recife/PE e Salvador/BA estão entre as 10 mais da lista, a frente de Belo Horizonte/MG (4ª colocada há um ano) e Curitiba/PR que só aparecem em 11º e 13º lugar respectivamente. Isso dá certa razão às reclamações na página da Band mostrando que a região está em constante crescimento nas vendas de motocicletas. 
A Fenabrave aposta em um crescimento de quase 4% esse ano apesar da queda apresentada nos dois primeiros meses de 2013. Só nos resta torcer para que a previsão da federação seja alcançada.

Vejam a matéria no site da Band clicando aqui e veja os vídeos da reportagem nesse endereço e nesse outro.